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terça-feira, 22 de junho de 2010

FUTEBOL

Sem nenhuma dúvida, o futebol é o esporte com mais adeptos entre os argentinos. Por convocatória e popularidade, desperta um grau de paixão que nenhuma outra atividade esportiva obtém. Cada fim de semana o coração do país bate ao ritmo desta paixão de multidões, que enchem as arquibancadas de cada um dos estádios. O futebol é o esporte nacional por excelência. A torcida com seus cantos, tambores, trompetes e bandeiras fazem do futebol argentino um espetáculo único no mundo. Sem dúvida, o jogo mais esperado pelos argentinos e turistas do mundo inteiro que visitam o país, é o chamado "superclássico argentino" entre o Boca Juniors e o River Plate (os dois times mais importantes). Esse dia o país pára: os ingressos estão esgotados, os bares repletos de torcedores e o humor de quase meio país depende desse resultado. O diário inglês The Observer salientou que através de uma pesquisa feita aos seus leitores esse jogo foi considerado um dos "50 acontecimentos esportivos que todos deveriam assistir antes de morrer". Os times argentinos têm uma magia diferente dos outros times da América e inclusive da Europa. Paixão, garra, técnica e muito "campinho" são os ingredientes principais para que seu futebol tenha conquistado o respeito dos times mais importantes do mundo e muitos jogadores argentinos estejam espalhados pelo mundo inteiro. Grande celeiro de jogadores de futebol, a Argentina deu ao mundo o melhor jogador de todos os tempos: Diego Armando Maradona. Em seu momento de máximo esplendor ganhou o Mundial de Futebol no México em 86, apesar de a seleção argentina ter alcançado esse título pela primeira vez em 1978. Carlos Salvador Bilardo, cabeça de uma das duas escolas de pensamento, em pugna durante anos, dirigiu esse time que alcançou a máxima glória no México. Seu antagonista em filosofia de jogo, César Luis Menotti, havia alcançado a Copa do Mundo em 1978 e um ano depois dirigia a Maradona na coroação do mundial Sub-20. No nível continental, a Argentina é um dos países que mais vezes ganhou a Copa América (junto a Uruguai), com 14 títulos. Os dois últimos com Alfio Basile como treinador em 1991 e 1993. Em Atenas 2004, junto a Marcelo Bielsa, a equipe olímpica ganhou pela primeira vez na história, a medalha dourada. Além do título juvenil de 79, a Seleção Sub-20 se consagrou campeã do mundo outras cinco vezes: Em 1995, 1997, 2001, 2005 e 2007. Em competições de clubes, a Argentina é o país que mais vezes ganhou a Copa Libertadores da América, o torneio mais importante do continente. Independiente em sete ocasiões (quatro consecutivas) e Boca Juniors em seis, são os maiores ganhadores em quase 50 anos do tradicional campeonato. Os jogadores que brilham nos estádios do país emigram às ligas de maior poder econômico, onde deslumbram em todo o mundo: Lionel Messi, Sergio Agüero, Carlos Tevez, são os últimos grandes exemplos de puro talento a curta idade em enamorar todos os fanáticos do futebol. A maneira como se vive este esporte no país é um claro exemplo de como é o argentino: apaixonado e orgulhoso. É preciso suar a camiseta, o futebol é garra, vida e coração… e na Argentina é assim que ele é vivido. Para cada jogo entram no campo onze jogadores, mas jogam mais de 37 milhões de pessoas. Futebolismo argentinos de exportação O futebol argentino goza, atualmente, de reconhecimento mundial. Não somente pelos títulos conquistados ao longo da história, senão também pela enorme quantidade de jogadores nacionais que atuam nas diferentes ligas no mundo. O recente início dos campeonatos de futebol, nas diversas ligas no mundo mostra, como nos últimos anos, uma forte presença de jogadores argentinos. Atualmente estima-se que são mais de mil jogadores de futebol argentinos que jogam no exterior, sendo o continente europeu o principal destino. Os países da Europa que, tradicionalmente, mais requerem o talento dos jogadores argentinos são: Itália e Espanha, cujas ligas de primeira divisão, nesta temporada, contam com a presença de 34 e 39 futebolistas nacionais, respectivamente. No campeonato italiano destacam-se já há várias temporadas, jogadores do nível de Javier Zanetti, Hernán Crespo e Julio Cruz, os quais também contam com uma importante trajetória na Seleção Argentina. Assim, a recente chegada de jovens figuras como, Juan Pablo Carrizo, Germán Denis e Mauro Zárate dão uma contribuição incomparável para a tradicional liga italiana. Por sua vez, a liga espanhola de futebol conta com grandes figuras argentinas, as quais militam em times importantes como o Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid; Lionel Messi, Sergio Agüero, Gabriel Heinze e Fernando Gago são alguns dos jogadores argentinos que, a puro talento, converteram-se em verdadeiros referentes do campeonato espanhol. NO caso de Messi, sua notável habilidade não somente cativou de forma imediata os espectadores espanhóis, senão também a todos os amantes do futebol que estão no mundo afora; sua destreza com a bola e seus gols transcenderam as fronteiras e o consagraram como uma figura do futebol mundial. O México e a Grécia são outros dos destinos habituais dos jogadores argentinos; na primeira divisão do futebol asteca desempenham-se, atualmente, 36 futebolistas nacionais, enquanto em terras gregas são 32. A rápida adaptação aos costumes de vida locais e o rendimento que exibem em cada partida fazem prever que, a curto prazo, a quantidade de futebolistas argentinos em ambos os países aumentará consideravelmente. Um traço distintivo da Argentina é que não somente exporta jogadores a países com uma rica história futebolística, senão que também nutre com seus futebolistas as ligas menos tradicionais: Romênia, Lituânia, Catar, El salvador, Indonésia e Chipre, são algumas das nações que contam com argentinos em seus respectivos campeonatos. Em resumo, apesar de abrir novos mercados em matéria de futebol, sempre há uma constante: a necessidade da presença de jogadores da Argentina quando a bola começa a rolar. Copo do mundo 2010 O favoritismo da Argentina na Copa do Mundo foi apoiado por Carlos Bianchi. O ex-técnico do Boca Juniors demonstrou sua confiança em Diego Maradona e acredita que a seleção de Messi será a campeã mundial. - Argentina jogou muito bem na primeira rodada. Se o goleiro nigeriano não tivesse pegado tudo, teria sido 3, 4 a 0. Para mim, Argentina terminará como a campeã – afirmou o ex-treinador, lembrando o jogo de estreia vencido pelos argentinos por 1 a 0. Caso a seleção não conquiste o título na África do Sul, Bianchi aposta no Brasil e na Espanha como candidatos a levantar o troféu da Copa. Os Argentinos na copa A estreia com um placar magro contra a Nigéria parece não ter abalado a confiança do melhor jogador do mundo. Lionel Messi afirmou que a Argentina ainda é a favorita para conquistar o título da Copa do Mundo e deve temer apenas a ela mesma para alcançar seu objetivo na África do Sul. - Argentina só precisa ter medo da própria Argentina. Digo isso com o máximo de respeito pelas outras seleções, mas temos qualidade e talento. Precisamos nos manter concentrados e continuar fazendo o que estamos fazendo, treinando com cuidado e nos mantendo unidos. Não temos que temer ninguém – afirmou Messi em coletiva. Segundo o atacante, o maior responsável pela confiança do grupo em vencer a Copa é Diego Maradona. Messi disse que a chegada do técnico foi fundamental para mudar o clima da seleção argentina. - Maradona é um motivador excepcional e tê-lo como nosso técnico é uma honra. Ele é um de nós e ajuda muito com sua extraordinária experiência. A atitude dos jogadores mudou e nosso time tem uma enorme margem para evoluir agora – acredita o atacante. Nem mesmo a campanha duvidosa nas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo e as críticas da imprensa local abalaram a seleção argentina, segundo Messi. Para ele, a descrença em um bom resultado da equipe no Mundial deu mais força para buscar o objetivo. - Tudo mudou desde as eliminatórias. A atitude e o comportamento dos jogadores são outros. Antes, não éramos um grupo e, constantemente, jogávamos mal. Não conseguíamos vencer e estávamos sujeitos às críticas. Agora estamos motivados, treinando forte e vendo o fruto do nosso trabalho. Somos uma Argentina diferente – garantiu.